Caos na lagoa é falta de ação da prefeitura

por tania.garabini — publicado 18/07/2019 22h21, última modificação 18/07/2019 22h21
Diretor do parque credita a ausência do Executivo na solução dos problemas ambientais

Alagamentos no balneário de Carapebus, mato tomando conta da Lagoa e entupimento dos canais devido ao manejo incorreto da dragagem realizado há pouco mais de dois anos são resultados da falta de administração da prefeitura nas questões ambientais da cidade e principalmente da falta de saneamento básico. Esse quadro negativo foi mostrado pelo administrador do parque de Jurubatiba, Marcelo Pessanha sobre os problemas debatidos durante a sessão itinerante realizada na Praia.

Criticou a prefeitura por não participar - nos dois últimos anos - das reuniões regionais feitas sobre o Parque Jurubatiba para tratar do turismo “por isso Carapebus está ficando para trás. Desenvolvemos há três anos o projeto de resgate do canal Macaé - Campos como indutor do turismo regional e temos a presença maciça do pessoal de Quissamã e de Macaé. Infelizmente, Carapebus não tem feito se representar. Posso convidar; enviar convite, mas não posso conduzir a autoridade para comparecer as reuniões” lamentou.

Falando sobre o projeto do canal detalhou que o Ministério do Turismo não irá privilegiar municípios e sim as rotas. O canal seria a primeira rota aquática do Rio de Janeiro; a terceira do Brasil, mas a primeira com características ambientais, histórica e turística reunida em um só programa, por passar pelo quilombo de Machadinha, em fazendas históricas e atuais, mostrando a história, a produção local e associando o turismo rural, um dos maiores filões a se explorar e que se tem na região, mas é pouco falado em Carapebus.

A coordenação do parque está implantando o circuito de 4,9 quilômetros  em trilha de acessibilidade diferenciada junto com a sede do ICMBio em Macaé. A limpeza do canal deverá ser assegurada com a compra de um trator de esteira flutuante, resultado da compensação pela instalação das duas usinas termoelétrica em Macaé. Marcelo lembrou que o canal está obstruído exatamente em Carapebus, que leva as enchentes registradas.

Com relação ao balneário, existe um Termo de Ajuste de Conduta assinado entre a prefeitura e o Ministério Público Federal, tratando da fluência da água que atinge a área, mas a administração municipal parou de ir às reuniões. Bastante enfático Marcelo afirmou “o balneário não tem problema emergencial nenhum. O que tem aqui é estado lastimável de falta de manutenção e providência pública, porque um problema que se repete todo ano, então não é emergencial”.

Com relação ao mato que tomou conta da lagoa, Marcelo aponta três fatores: A falta de funcionamento das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) de Carapebus com o desligamento total da estação de Ubás e a carência absurda de funcionamento da central gerando grande quantidade de matéria orgânica disponível que alimenta as plantas aquáticas além das chuvas e ventos que atingiram a região.

Os canais do Caxanga e da Maricota abarrotados de plantas aquáticas ajudaram na superlotação do mato, porque a limpeza feita pela prefeitura em parceria com o governo estadual passado complicou ainda mais o quadro. A máquina não removeu completamente as plantas e as moitas soltas foram parar na lagoa. Para eliminar esse problema a administração do parque poderia embargar as ETEs, mas isso resultaria no retorno do esgoto para as 90% das residências da cidade, principalmente as mais carentes.

Para o final, Marcelo informou que Carapebus ganhará uma base náutica com aquários, banheiros e depósito para barcos. Os aquários serão abertos e o projeto foi doado pelo AquaRio. Todos isso será pago com recursos da compensação da Petrobras.

O vereador e presidente da Câmara Anselmo Prata falou da necessidade de revisão do plano de manejo do parque atentando para as necessidades dos pescadores e também da população residente na área, para que não sejam impactadas com políticas e lei ambientais tão rígidas. E fazendo parceria com o vereador Deuty informou que a Câmara entrará com pedido para a recuperação da via de acesso na fazenda São Lazaro, para dar acesso da estrada original até a estrada da propriedade rural.