Falta pessoal especializados nas barreiras sanitárias
O vice-presidente da Câmara Luciano Sardinha (Deuty) informou que não há pessoal treinado para atender nas barreiras sanitárias montadas no município. Nesses locais deveriam estar funcionários contratados pela Cruz Vermelha segundo acordo financeiro firmado entre prefeitura e a entidade. “Em duas barreiras que passei eu vi pessoal daqui, sem treinamento. Jovens com boas intenções mas sem preparo. Fomos informados que eles receberiam treinamento, mas não é o que se vê. Fazem apenas uma pesquisa, com um caderno e caneta. Não medem a temperatura ou algo mais”, detalhou.
Informou ainda que, os funcionários da Saúde estão se contaminando, bem como seus familiares. Isso se deve pela falta do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que a prefeitura não distribuiu para esses servidores. “Além de ficarem doentes esses trabalhadores municipais não tem dinheiro para comida porque estão trabalhando mas não recebem seus vencimentos. Até o remédio que devem tomar acabam comprando por conta própria, pedindo ajuda emprestada”. Lembrou que o município está com 22 casos suspeitos e dois óbitos por Coronavírus. “E nenhuma providência foi tomada. Já se passou um mês e o secretário de Saúde ainda não compareceu a essa Casa para explicação”. Os funcionários do hospital estão se contaminando porque há quinze dias falta EPI para usarem apesar de estarem trabalhando.
Deuty quer saber o que foi feito com o R$ 1,5 milhão para o combate ao vírus do governo federal e mais R$ 1 milhão doado pela Alerj, se montou o hospital de campanha, mas o município não consegue doar os medicamentos para a população se tratarem.
Atraso até para a Cruz Vermelha
Em sua fala final, Deuty informou que apesar do município ter seis ambulâncias novas a disposição da saúde, foi realizado contrato de um camburão para transportar os funcionários da Cruz Vermelha. Ele classifica como desnecessário isso já que existem ambulâncias disponíveis para isso. “É lamentável porque estamos vendo que o hospital não está aparelhado nem mesmo para atender casos como de pneumonia, sendo necessário o transporte de pessoal para fora do município”.
Outra denúncia feita por Deuty é que os funcionários contratados da Cruz Vermelha estão há dois meses com seus salários atrasados. A prefeitura e a Cruz Vermelha firmaram convênio assim que a pandemia começou. Como se passaram três meses acredita-se que apenas um mês do contrato foi pago. Os vereadores também querem saber o valor final desse contrato, já que a prefeitura não publicou – como é exigido por lei – o edital de contratação da entidade. O poder Executivo está se valendo do decreto de calamidade pública em que não precisa justificar os gastos nesse período emergencial.